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Vídeo-entrevista a Evanildo Bechara, coordenador da CLL da ABL

PGL | AGLP - Evanildo Cavalcante Bechara, natural do Recife, ocupa a cadeira número 33 da Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 2000. Como filólogo, é conhecida a sua edição das Investigações Filológicas de M. Said Ali. Como gramático é autor da muito divulgada Moderna Gramática Portuguesa, (37.ª edição, 1999), a Gramática Escolar da Língua Portuguesa (1.ª edição, 2001) e Lições de Português pela Análise Sintática (18.ª edição, 2004).

Na ABL é coordenador da Comissão de Lexicologia e Lexicografia, tendo apresentado a 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, em sessão interacadémica na Academia das Ciências de Lisboa, em abril de 2009, no mesmo evento em que o presidente da AGLP, Montero Santalha, apresentou o Léxico da Galiza.

Na entrevista, realizada o 5 de outubro de 2009, o professor explica a orientação da ABL no sentido de considerar, já no primeiro artigo da sua constituição, em 1897, o facto de a língua portuguesa não ser só do Brasil, «de modo que a identidade brasileira estava na literatura, enquanto a língua era um instrumento de comunicação, de realização profissional e artística comum a Portugal e ao Brasil».

À pergunta do entrevistador sobre a previsão da elaboração do Vocabulário Comum, o professor indica que «o texto do Acordo de 1990 não fala de um vocabulário da chamada língua primária. O que o texto diz é que, depois que os signatários do Acordo de 90 trabalharam na unificação da ortografia, que essa unificação, na medida do possível, e tão completa quanto possível, chegasse à unificação da nomenclatura técnica e científica. O vocabulário comum tem de ser o léxico comum a essas nações». «O Acordo Ortográfico de 1990 fala unicamente da unificação do significante». «Agora, o significado, este, será tarefa dos dicionários».

Quanto à possibilidade de uma maior unificação ortográfica, julga ser impossível. «Se nós optarmos por atender à pronúncia, uma língua pode admitir variantes. Então, assim como os portugueses pronunciam António, e no Brasil pronunciamos Antônio, ou essas duas formas continuarão a ser usadas e escritas diferentemente, ou então adotaremos o seguinte: que nesses casos dos paroxítonos com vogais tónicas nasais, não seja assinalado o timbre da vogal.»

Evanildo Bechara participou no Seminário de Lexicologia da AGLP, em 5 de outubro, com a comunicação «Passos na implantação do Acordo Ortográfico no Brasil».

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